Tai Chi aliado a uma vida mais longa

Por Kerry Grens
Tradução: Anderson Rosa
NEW YORK | Thu 18 de julho de 2013 10:07
FONTE: bit.ly/1aImEF3 American Journal of Epidemiology, on-line 27 de junho de 2013.

People practise tai chi, a Chinese martial art, during morning exercises at Longtan Park in Beijing September 13, 2010. REUTERS/Grace Liang (CHINA – Tags: SOCIETY) – RTR2I9T7

(Reuters Health) – Os homens chineses que praticavam tai chi eram menos propensos a morrer em um período de cinco anos do que os homens que não se exercitavam, indica um novo estudo.

Os resultados comprovam estudos anteriores que encontraram benefícios para a saúde relacionados com o exercício tradicional chinês.

“Ele combina exercícios de movimentos lentos e mente focada para se concentrar no movimento. Isso por si só pode reduzir o estresse e, é claro, vai aumentar sua flexibilidade e resistência”, disse o Dr. Xianglan Zhang, um dos autores do estudo da Universidade Vanderbilt School of Medicine, em Nashville, Tennessee.

Zhang disse que seu estudo não poderia provar, no entanto, que o tai chi foi responsável pela maior longevidade de alguns homens.

Pesquisas anteriores já haviam apontado que os exercícios do tai chi podem ser benéficos para pessoas com condições crônicas, por exemplo, melhorando o equilíbrio entre aqueles com a doença de Parkinson (veja o relatório Saúde Reuters de 08 de fevereiro de 2012 aqui: reut.rs/xtA2xa .)

Para ver se o tai chi e outras formas de exercício podem influenciar a expectativa de vida, Zhang e seus colegas fizeram um grande estudo com homens meia idade e idosos, em Xangai.

Mais de 61 mil homens participaram deste estudo. Os pesquisadores acompanharam a saúde e o estilo de vida por mais de cinco anos.

Perto de 22 mil participantes relataram que praticaram pelo menos uma vez por semana, e os demais foram considerados não-praticantes.

Ao longo deste estudo, 2.421 homens morreram, incluindo 3,3 por cento dos não-praticantes e 5,1 por cento dos homens que se exercitavam.

Os praticantes tendiam a ser mais velhos e tinham doenças cardíacas e diabetes.

Depois disso o grupo de Zhang considerou a idade, condições de saúde dos homens, se fumavam, e os exercícios foram vinculados a uma probabilidade 20 por cento menor de morrer.

Da mesma forma, 6,2 por cento dos cerca de 10 mil homens que praticavam tai chi morreram durante o estudo, mas após a contabilização de outros fatores de risco, os pesquisadores descobriram que eram 20 por cento menor a probabilidade de morrer do que os homens que não se exercitavam.

Homens que andaram regularmente tinham 23 por cento menos probabilidade de morrer durante o estudo, e os homens que faziam caminhada ligeira (jogging/cooper) tinham 27 por cento menos probabilidade de morrer, relata a equipe de Zhang no American Journal of Epidemiology.

Dr. Chenchen Wang, diretor do Centro de Medicina Complementar e Integrativa na Tufts Medical Center, em Boston, argumenta que porque o estudo de Zhang foi observacional, e não designava aleatoriamente pessoas para a prática de tai chi ou não, é impossível dizer se o exercício em si é responsável pelas descobertas.

Há sempre a possibilidade, por exemplo, de que as pessoas que escolhem o tai chi tendem a ter estilos de vida mais saudáveis.

Mas Wang, que não estava envolvido no novo estudo, disse à Reuters Health, que os resultados são interessantes, e “eles fornecem uma base muito importante para pesquisas futuras.”

Zhang disse que os resultados demonstram o tai chi como uma atividade saudável.

“Acredito que para os idosos, especialmente para manter a flexibilidade e equilíbrio, esta é uma boa opção para as pessoas levarem em conta”, disse Zhang disse à Reuters Health.